Psiquiatras precisam ir ao cinema?
A resposta é: sim, por favor!
(Aliás, todo médico precisa.)
Apesar de raramente ser apresentado como algo positivo, a psiquiatria aparece no cinema desde praticamente seu nascimento. Encontrei um artigo muito interessante sobre o assunto: Why psychiatrists should watch films (or What has cinema ever done for psychiatry?)
Nele, os autores abordam uma porção de facetas, focando em como a psiquiatria termina sendo representada de um jeito pouco preciso. Destaque para os motivos das caricaturas nos filmes, segundo os 5 argumentos do psicólogo e cineasta Franklin Fearing (tradução minha):
1. Siga o dinheiro: fazer filmes é uma empreitada comercial e produtores podem incluir representações pouco fiéis nos filmes para “dar ao público o que ele quer”;
2. Filme puxa filme: todo filme novo termina se inspirando nos anteriores do mesmo gênero;
3. Vieses de distribuição escondem mais filmes do que qualquer censura;
4. Não há filmes sobre saúde mental, só sobre doença mental;
5. O que sangra causa demanda: violência, agressão e morte sempre destacam histórias, seja no noticiário ou nos filmes.
Mas nem tudo é pichação no muro da psiquiatria. Segundo o estudo, os retratos mais fiéis pintado nos filmes são quando o assunto é dependência química, perdas e transtornos de personalidade.
Vale a pena ler o artigo todo (gratuito, e em inglês)
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